Embora a luta contra a violência doméstica tenha sido encampada pelas mulheres e pelos movimentos feministas há décadas, é fundamental que os homens também assumam um papel ativo nesta causa. Saiba mais!
A violência contra a mulher é um problema global e complexo que afeta milhões de mulheres todos os dias. No Brasil, por exemplo, a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal.
Estes são dados da pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, realizada em 2019 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Datafolha. Infelizmente, a maior parte das agressões acontece dentro do ambiente doméstico, cometida por companheiros, maridos, namorados ou familiares próximos.
Violência e sociedade
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de uma em cada três mulheres em todo o mundo já foi vítima de violência física e/ou sexual por um parceiro íntimo ou sofreu assédio sexual em algum momento da vida. No Brasil, foram registrados mais de 105 mil casos de violência doméstica em 2020, de acordo com dados do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Isso porque a violência contra a mulher é, em grande parte, resultado da cultura machista e patriarcal que ainda prevalece em muitas sociedades, e que naturaliza a ideia de que os homens têm o direito de controlar e agredir suas parceiras.
Como os homens podem se envolver
Os homens podem desempenhar um papel fundamental no combate à violência contra a mulher, tanto no nível individual quanto no coletivo. Em primeiro lugar, é preciso que eles reconheçam a gravidade do problema e se engajem em iniciativas de conscientização e combate à violência, como campanhas de prevenção e de denúncia.
Além disso, é fundamental que os homens sejam capazes de refletir sobre suas próprias atitudes e comportamentos, e de reconhecer e questionar os padrões machistas e violentos que muitas vezes reproduzem no cotidiano. Isso envolve, por exemplo, o respeito à autonomia e à integridade física e emocional das mulheres, o repúdio à violência verbal e física e a promoção da cultura do consentimento e do respeito mútuo.
Outra maneira dos homens contribuírem na luta contra a violência contra a mulher é por meio do apoio às vítimas e à rede de proteção. Isso inclui, por exemplo, a escuta empática, o acolhimento, o encorajamento das mulheres a denunciarem a violência e o acompanhamento das mesmas em processos de proteção e de busca de justiça.
Para os homens que são pais, importante educar os filhos de forma que respeitem as meninas e mulheres com as quais convivem, não reproduzindo comportamentos que reforcem a desigualdade entre gêneros, conversando sobre os sentimentos para quebrar paradigmas machistas e por fim, sendo exemplo permanente ao rever as atitudes que possam colaborar para um ambiente desfavorável às mulheres.
Uma luta de todos
A luta no combate à violência contra a mulher é uma responsabilidade de toda a sociedade, e os homens devem estar empenhados em construir uma cultura de igualdade, respeito e não-violência.
É importante lembrar que a violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos, um problema complexo que precisa ser abordado de forma estrutural e com políticas públicas efetivas de prevenção, proteção e punição dos agressores. Somente assim poderemos avançar na erradicação da violência contra as mulheres e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todas e todos.
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