Iniciativa foi criada pelo Instituto Camila e Luiz Taliberti com objetivo de reunir as principais estratégias e atores dos movimentos contra este tipo de crime que teve aumento expressivo durante isolamento social
São Paulo, junho de 2020 – A terceira live da websérie Taliberta Violência Doméstica, idealizada pelo Instituto Camila e Luiz Taliberti, discutirá o que vítimas de violência doméstica podem fazer para se defender. A transmissão ao vivo será nesse sábado, 20 de junho, às 12h.
A entrevista, mediada pela Mariana Kotscho, jornalista da TV Cultura, será transmitida pelos canais do YouTube e Facebook do Instituto e contará com a participação da psicóloga e ativista, Mafoane Odara, e da Diretora da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e coordenadora do grupo de empoderamento e liderança feminina, Miriam Vasserman.
Último debate abordou onde mulheres podem encontrar proteção
A live anterior que aconteceu no último sábado, 13, abordou formas, locais e números de telefone que as mulheres podem contatar em caso de violência doméstica. “A medida protetiva de urgência é uma ferramenta de extrema importância prevista na Lei Maria Da Penha e é utilizada para fazer cessar uma violência que a vítima esteja sofrendo. Não é necessário que haja uma configuração de prática de crime para que ela seja concedida. Ela implica em afastamento do agressor do lar, proibição de contato dele com a vítima, proibição de aproximação da vítima, entre outras medidas.
explicou Juliana Gentil Tocunduva, Promotora de Justiça da Casa da Mulher Brasileira de São Paulo.
Já a Comandante da Guarda Civil Metropolitana, Elza Paulina de Souza, reforçou que quando há o descumprimento da medida protetiva, o agressor é encaminhado ao distrito policial. E quando a mulher está impossibilitada de ir até um local físico da Guarda Metropolitana fazer a denúncia, uma patrulha é enviada à residência da vítima.
Aumento de casos de violência na quarentena
Dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que a violência contra a mulher aumentou no período de isolamento social. Um dos indicadores, o número de feminicídios no país, cresceu 22,2% em março e abril, em relação ao mesmo período de 2019.
Com isso, o Instituto Camila e Luiz Taliberti que tem, dentro de suas missões, atuar com temas como a defesa dos direitos humanos e o empoderamento de grupos vulneráveis, especialmente mulheres, criou a websérie Taliberta Violência Doméstica, que acontecerá todos os sábados até o dia 11 de julho.
“Existem muitos atores envolvidos no combate a este tipo de crime. Queremos que todas as mulheres tenham acesso ao máximo de informação possível sobre como procederem em casos de agressão ou ameaças e onde podem ser atendidas. Nosso intuito é alcançar o máximo de pessoas possível para que elas saibam como agir e se sintam mais seguras para denunciar”, afirma Helena Taliberti, presidente do Instituto Camila e Luiz Taliberti.
Mediação Mariana Kotscho
“Muitos assuntos são difíceis de falar, mas extremamente necessários. E a violência doméstica é um deles. Infelizmente os dados do nosso país têm aumentado cada vez mais e apontam uma verdadeira epidemia de violência contra a mulher. Em geral, as vítimas são mães e são agredidas pelos pais dos próprios filhos dentro de casa. Quando a mãe é agredida, filhos e filhas costumam ser também”, comenta Mariana Kotscho.
Mariana é jornalista da TV Cultura, ativista da causa e coordenadora de um grupo do Facebook que acolhe e orienta vítimas de violência doméstica. É ainda apresentadora do programa Papo de Mãe, da TV Cultura.
Programação completa:
Data | Tema | Convidada 1 | Convidada 2 |
06/06 | Relacionamento abusivo: como identificar | Nathalie Malveiro, Promotora de Justiça | Marilia Taufic, criadora do aplicativo de socorro Penhas e membro do coletivo Azmina |
13/06 | Em busca de proteção: onde encontrar | Elza Paulina Souza, Comandante da GCM/SP | Juliana Genril Tocunduva, Promotora de Justiça da Casa da Mulher Brasileira |
20/06 | Quando você é a vítima: o que fazer | Mafoane Odara, Psicóloga e ativista | Miriam Vasserman, Diretora da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo) e coordenadora do grupo de empoderamento e liderança feminina |
27/06 | Quando a mãe é agredida, os filhos também são vítimas | Regina Célia Barbosa, Vice-presidente do IMP (Instituto Maria da Penha) | Isabela Guimarães Del Monde, Co-fundadora da Rede Feminina de Juristas |
04/07 | Superando a violência doméstica | Celeste Leite dos Santos, Promotora de justiça, TJ/SP e idealizadora do projeto Mente Saudável | Marisa Marega, Jornalista, ativista e coordenadora do grupo de apoio a vítimas de violência doméstica no Facebook |
11/07 | União de mulheres | Tatiane Moreira Lima, Juíza de direito da Vara de violência doméstica da zona leste de SP | Gabriella Nicaretta, Advogada e vítima de violência doméstica
Encerramento musical com Adriana Sanchez, sanfoneira e cantora |
Sobre o Instituto Camila e Luiz Taliberti
O Instituto é uma iniciativa coletiva de amigos e familiares de Camila e Luiz Taliberti, vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho em 25 de janeiro de 2019. O Instituto tem como missão atuar com temas socioambientais como a defesa dos direitos humanos, o empoderamento de grupos vulneráveis, especialmente mulheres, e a proteção do meio ambiente contra ações danosas.