Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), mostram números preocupantes no último ano sobre o desmatamento, que chegou a mais de 10 mil km² devastados entre agosto de 2021 a julho de 2022.
Através de satélites, foi possível fazer um monitoramento que detectou áreas desmatadas a partir de 1 hectare (equivalente a um campo de futebol), que correspondem a 59% do território brasileiro. Essa área inclui 9 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão.
Segundo o Imazon, essa é a maior devastação dos últimos 15 anos e é consequência da somatória de vários fatores.
Extração ilegal de madeira e queimadas
Dados do Florest Trends, mostram que essa atividade comercial é responsável por 70% de destruição das florestas no Brasil e no mundo. Além da apropriação indevida de terras, essa ilegalidade tem um forte impacto climático.
A extração de madeira quando feita acima do estipulado nos planos de manejo, causa mudanças climáticas irreversíveis para a biodiversidade. O estoque de carbono das áreas afetadas é reduzida e compromete a capacidade de resiliência do ecossistema.
Atrelado às mudanças climáticas e consequências em relação ao aquecimento global, as queimadas também são uma forte preocupação frente ao desmatamento. As ações do homem nesse sentido têm o objetivo principal de limpeza das áreas para realizar atividades agropecuárias com a ocupação de gado.
A longo prazo, essas questões podem destruir a vida do solo e trazem riscos à vida dos povos tradicionais. Mas muito pode ser feito de forma coletiva ou individual que pode reduzir um pouco os danos.
Iniciativas em prol da causa
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é um documento que prevê um conjunto de aprendizagens essenciais na educação básica. No ano passado, o documento procurou acrescentar uma ação para incluir estudos sobre a Amazônia no currículo do novo Ensino Médio do Brasil. A proposta busca ressaltar a importância da preservação da nossa biodiversidade e aprofundar conhecimentos geográficos e históricos a respeito das florestas.
Além disso, algumas iniciativas privadas surgiram para monitorar regiões devastadas e zelar pela proteção das florestas. As empresas envolvidas na causa, investem em equipamentos de última geração para mapear as áreas afetadas pelo desmatamento com ações de georreferenciamento, como forma de chamar a atenção para as zonas mais afetadas e, assim, mobilizar a população e/ou entidades públicas sem fins lucrativos, para ações efetivas que possam contornar isso.
Conheça alguns projetos realizados pelo ICLT
Em janeiro de 2020, em parceria com a SOS Mata Atlântica, o Instituto Camila e Luiz Taliberti realizou o plantio de 272 árvores no Centro de Experimentos Florestais, quando a tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho completou um ano. Junto com o Projeto Plantar, em maio de 2022, mais 272 mudas foram plantadas no Alto São Francisco. Ambas as ações são homenagens às vítimas da tragédia.
O impacto ambiental com o rompimento da barragem afetou a cidade de Brumadinho, destruiu mais de 200 hectares de área composta de vegetação nativa da Mata Atlântica, afetou a economia e toda a vida da população local.
O objetivo destes projetos é atuar na defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, transformando as consequências dos desastres em ações de impactos positivos para o mundo. Ações coletivas e pontuais como essas podem fazer a diferença na luta pelo reflorestamento.